Modismo: com glúten ou sem glúten?
- Revista Vitrine do Aposentado
- 11 de jun. de 2020
- 2 min de leitura
Atualizado: 15 de jun. de 2020
Por:Joseni França Oliveira Lima, nutricionista da Clinica Nat e professora dos cursos d e Nutrição e de Gastronomia da Estácio/FIB em Salvador.

Está na moda comer sem glúten. Sou uma fiel defensora do uso de produtos regionais,
inclusive no que se refere à fonte de carboidratos. Dou preferência ao arroz integral, à batata
doce, inhame, milho, mandioca e seus derivados como tapioca, gomas, polvilho. Isso não
significa que sou contra pão, macarrão e produtos a base de trigo, desde que sejam integrais.
Esta história de que as fontes de glúten devem ser evitadas por toda a população não tem
fundamento. O glúten é uma proteína de baixo valor biológico, mas de grande importância
para a indústria da panificação. Ela é responsável pela elasticidade da massa e suas
características de expansibilidade, elasticidade, textura e juntamente com o carboidrato
influencia na cor final do produto. São coisas diferentes:
1. Quem está acima do peso deve realmente reduzir e controlar a ingestão de
carboidratos, preferindo carboidratos complexos, cereais integrais, raízes como as que
foram citadas anteriormente. É o excesso no consumo de carboidrato, especialmente
o refinado, juntamente com a gordura, os alimentos industrializados e o sedentarismo
que promovem o tão indesejado ganho de peso. Portanto para reverter o quadro é
necessário investir em todos estes aspectos.
2. O glúten, proteína presente no trigo e uma de suas frações, a gliadina, está envolvida
em um processo alérgico que tem atingido uma parte da população, denominado
doença celíaca. Observe que o glúten é a proteína e a farinha sem glúten terá mais
carboidrato, podendo chegar a 100% de seu conteúdo. Esta farinha assim como outros
produtos naturalmente isentos de glúten, a exemplo do arroz, do milho e das mesmas
raízes citadas acima podem ser utilizados pelas pessoas portadoras da doença celíaca.
3. Consumir o glúten como substituto da proteína animal, uso freqüente por pessoas
vegetarianas não se constitui em boa opção. Seu consumo isolado (glúten)
sobrecarrega os rins, além de ser considerada uma proteína incompleta. Como já foi
dito anteriormente ela é uma proteína de baixo valor biológico, insuficiente em termos
de aminoácidos essenciais. O consumo de cereais integrais (trigo, arroz, entre outros)
em conjunto com leguminosas, como feijão, e oleaginosas (castanhas, amêndoas,
nozes) oferece ao organismo o aporte equilibrado de aminoácidos, que podem ser
complementados com outras fontes de proteínas (ovos, laticínios)
Em resumo: o consumo de alimento que não contém glúten não é garantia para perda de
peso, podendo até incrementar seu ganho.
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