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Tipo De Câncer | Pâncreas

Atualizado: 17 de jul. de 2020

O que é?Tratamentos, Fatores de Risco, Sintomas, Prevenção, Diagnóstico e Recaída. O câncer de pâncreas é uma doença de difícil diagnóstico e tratamento.

Por:Redação

Câncer de pâncreas | O que é?

O pâncreas localiza-se na parte superior da cavidade abdominal, em uma área chamada de retroperitônio, situada atrás do estômago. Divide-se em três partes: cabeça, corpo e cauda.

Anatomia do pâncreas com visão do órgão ampliada. Ducto biliar

 

Localização do pâncreas

A cabeça do pâncreas tem íntima relação com os vasos mesentéricos (artéria e veia responsáveis pela irrigação das alças intestinais), com o duodeno (que faz a comunicação entre o estômago e o intestino delgado) e as vias biliares distais (canais que trazem a bile do fígado para o intestino).  O corpo e a cauda do pâncreas têm como “vizinhos” os vasos esplênicos (que irrigam e drenam o baço) e o próprio baço.

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Além desses órgãos, circundam o pâncreas parte do cólon, vasos sanguíneos, linfonodos e feixes nervosos. O pâncreas exerce duas funções distintas:

  • Endócrina: exercida pelas células que produzem insulina, essencial para controlar os níveis de açúcar do sangue;

  •  Exócrina: exercida pelas células produtoras de enzimas que participam do processo de digestão e absorção dos alimentos.

Em ordem de frequência, o câncer de pâncreas ocupa a terceira posição entre os tumores do trato gastrintestinal e atinge de modo relativamente semelhante homens e mulheres. O pico de incidência ocorre entre os 50 e 80 anos de idade. Mais de 90% dos pacientes têm idade superior a 55 anos.

 

HISTÓRIA NATURAL DA DOENÇA

O câncer de pâncreas pode se originar na cabeça, no corpo ou na cauda do órgão. Ao crescer, penetra o tecido pancreático até chegar à cápsula que reveste o órgão e à gordura ao seu redor. A partir dessa fase, vai invadir estruturas vizinhas e linfonodos. De início, são comprometidos os linfonodos situados nas imediações do pâncreas; em seguida, os linfonodos abdominais mais distantes.

Com a progressão, as células malignas se disseminam principalmente para o fígado e o peritônio (membrana que recobre os órgãos abdominais), provocando acúmulo de líquido na cavidade abdominal (ascite). Os pulmões e a pleura também podem ser atingidos. O crescimento costuma ser rápido. No momento do diagnóstico, somente 20% a 30% dos pacientes apresentam tumor ainda restrito ao pâncreas.

Crescimento local do câncer de pâncreas. Note que o câncer, ao crescer, passa a penetrar o tecido pancreático até chegar à cápsula que reveste o órgão e à gordura ao seu redor, seguido de invasão de estruturas vizinhas e linfonodos próximos.

Crescimento à distância do câncer de pâncreas. Note que o câncer pode comprometer o fígado, o peritônio, os pulmões e a pleura


Adenocarcinoma

É o tipo mais comum e mais agressivo, responsável por mais de 90% dos casos. Origina-se nas células glandulares exócrinas do pâncreas e guarda relação de causa e efeito com o tabagismo. Existem algumas variantes dos adenocarcinomas pancreáticos: o carcinoma adenoescamoso, o carcinoma acinar, o de células em anel de sinete, o de células claras e o carcinoma mucinoso.


Tumores das células das ilhotas do pâncreas

Correspondem ao segundo tipo mais comum. Originam-se nas célula endócrinas do pâncreas. Alguns podem ser benignos; outros, malignos. Um dos mais comuns é o insulinoma, tumor que pode produzir insulina em excesso provocar quadros graves de hipoglicemia.

 

Fatores de risco

Os seguintes fatores são considerados como agravantes para que se desenvolva este tipo de carcinoma:

  • Fatores ambientais

  • Síndrome Genética

  • Fumo

  • Dieta

  • Radioterapia prévia

  • Pancreatiti Crônica

  • Diabetes Melitus

Fatores de risco que levam ao aparecimento do câncer de pâncreas.


  • Fumo

É um dos principais fatores de risco. Fumantes correm risco duas a três vezes maior do que os não fumantes. É provável que um terço dos tumores de pâncreas seja provocado pelo cigarro. [relacionados]

  • Pancreatite crônica

Os portadores de pancreatite crônica (alcoólica e não alcoólica) correm risco até 10 vezes maior do que aqueles que não têm a doença.

  • Radioterapia prévia

Pacientes que receberam radioterapia na área onde se localiza o pâncreas correm risco mais alto.

  • Dieta

Embora haja controvérsia, existe suspeita de que dietas ricas em gordura e carne vermelha e pobres em frutas e verduras aumentem o risco de desenvolver a doença. Não há consenso sobre a relação entre o uso de álcool e café e o desenvolvimento do câncer de pâncreas.

  • Diabetes mellitus tipo 2

O próprio câncer pode provocar diabetes por afetar a produção de insulina do órgão. Contudo, alguns estudos sugerem que, com o passar dos anos, os pacientes portadores de diabetes mellitus tipo 2 teriam maior probabilidade de desenvolver câncer de pâncreas.

  • Fatores ambientais

A exposição prolongada a pesticidas e outros produtos químicos é fator de risco.

  • Síndromes genéticas

São muito raras e incluem: síndrome das neoplasias endócrinas múltiplas do tipo 1, câncer colorretal hereditário não polipose (HNPCC, sigla em inglês), câncer de mama hereditário associado à mutação do gene BRCA2 e síndrome de Peutz Jeghers. Além dessas síndromes, estima-se que aproximadamente 3% dos tumores de pâncreas tenham origem familiar.

 

Sintomas

Atenção para os seguintes sintomas, que são os principais sinais de alerta quando se trata deste tipo de carcinoma:

  • Dor lombar

É um dos sintomas mais comuns, presente em mais de 75% dos casos. Geralmente, começa na região lombar e se irradia para a parte posterior do abdômen, podendo chegar também à parte anterior.

  • Coloração amarelada dos olhos e da pele (icterícia) [relacionados]

Ocorre em cerca de metade dos pacientes. Esse sintoma é típico dos tumores localizados na cabeça do pâncreas.

  • Diabetes mellitus

O câncer de pâncreas pode levar ao desenvolvimento do diabetes por afetar a produção de insulina.

  • Sintomas gerais da doença avançada

Perda de peso e apetite, anemia e cansaço estão presentes em mais de 50% dos casos.

  • Depressão

Pode ser a manifestação inicial dos tumores malignos do pâncreas, presente em mais de um terço dos pacientes.

  • Sintomas da doença metastática

Além da perda de peso e queda do estado geral, podem surgir: aumento do volume abdominal, diminuição do volume urinário, inchaço nos membros inferiores, dor e desconforto abdominal, falta de ar e tosse e dores ósseas.


 

Prevenção

Não há exames de rotina indicados para identificar precocemente os casos de câncer de pâncreas. 

Por esse motivo, esse tipo de câncer costuma ser encontrado em estádios mais avançados. 

Como estratégia preventiva, a suspensão do tabagismo e da ingestão excessiva de álcool são as mais importantes de todas. Dietas ricas em frutas e verduras, prática de exercícios físicos regulares, controle do peso e dos níveis de açúcar no sangue talvez tenham papel protetor.

 

Diagnóstico

Os principais exames de imagem que permitem visualizar tumores pancreáticos são ultrassonografia, tomografia computadorizada, ressonância magnética, ultrassonografia endoscópica, colangiopancreatografia retrógrada endoscópica e laparoscopia. 

Outro exame útil é a dosagem do marcador CA 19-9 no sangue, quando as imagens revelam a presença de um tumor pancreático, pode ser feita uma biópsia dirigida pela ultrassonografia endoscópica ou pela tomografia computadorizada ou, ainda, indicada a cirurgia.

Por vezes, o cirurgião opta por uma pequena cirurgia para confirmar o diagnóstico e/ou complementar o estadiamento da doença.

ESTADIAMENTO

Os quatro estádios do câncer de pâncreas estão descritos abaixo:

Estadiamento do câncer de pâncreas.

 

ESTADIAMENTO

Os quatro estádios do câncer de pâncreas estão descritos abaixo:

Estadiamento do câncer de pâncreas AJCC 8º edição (CA: tronco celíaco, CHA: artéria hepática comum, SMA: artéria mesentérica superior).

 

Tratamento


O tratamento depende do estágio da doença O tipo de tratamento é definido de acordo com o estádio em que a doença se apresenta.


Estádio I ou II

Quando o câncer está confinado ao pâncreas (Estádio I e II), o tratamento indicado é a cirurgia radical associada à quimioterapia e/ou radioterapia após a cirurgia. Nos casos em que o tumor não pode ser operado, o tratamento indicado é a radioterapia associada ou não à quimioterapia.

umor que penetra a gordura que reveste o pâncreas (IIA) ou compromete os linfonodos (IIB), e o tratamento específico para estas fases da doença.

  • Cirurgia radical

Na cirurgia radical, o intuito é a remoção completa do tecido tumoral, através da retirada parcial ou total do pâncreas e dos linfonodos ao redor. Essa é uma operação de grande porte, que exige cirurgiões muito experientes, centros hospitalares de qualidade e pacientes em boas condições físicas. Nos tumores de cabeça de pâncreas, o procedimento realizado é a gastroduodenopancreatectomia, também conhecida como cirurgia de Whipple, na qual são removidos a cabeça do pâncreas, parte do estômago, todo o duodeno, vesícula biliar e os linfonodos regionais. Outra técnica frequentemente utilizada é a duodenopancreatectomia com preservação de piloro (válvula entre estômago e duodeno), deixando integralmente o estômago, com o intuito de preservar as condições nutricionais. Devido à localização do pâncreas e sua relação com os grandes vasos que irrigam o intestino (vasos mesentéricos) ou outros órgãos (veia cava inferior), a incisão cirúrgica precisa ser ampla: longitudinal no centro do abdômen ou transversal abaixo das costelas. Em tumores do corpo e cauda do pâncreas, as cirurgias podem ser menos agressivas. Em geral os pacientes ficam internados por sete a 14 dias depois da cirurgia, podendo voltar às atividades rotineiras em seis a oito semanas. A taxa de mortalidade pré-operatória é inferior a 5%, mas as complicações cirúrgicas chegam a 40% dos casos. Infelizmente, a cirurgia radical, o melhor tratamento para o câncer de pâncreas localizado, só é possível em 10% a 30% dos pacientes.

  • Radioterapia externa

Em algumas situações o tumor não pode ser operado por ter invadido estruturas que impedem sua retirada completa ou porque o paciente não tem condições clínicas para suportar uma cirurgia muito prolongada. Nesse cenário, a radioterapia (associada ou não à quimioterapia) é uma opção razoável. A técnica mais utilizada é a radioterapia externa conformacional. O tratamento tem a duração aproximada de cinco semanas, com sessões de segunda a sexta-feira que duram cerca de 15 a 20 minutos. A radioterapia também está indicada para complementar a cirurgia (radioterapia adjuvante), nos casos em que há suspeita da persistência de algum foco tumoral na área operada ou, em casos raros, combinada à quimioterapia para diminuir o tamanho do tumor e tornar possível a cirurgia radical (neoadjuvante).

  • Quimioterapia

Para um paciente cujo tumor foi removido cirurgicamente por completo, em geral, recomenda-se a quimioterapia preventiva (adjuvante), com o intuito de reduzir o risco de recidiva da doença. O tratamento padrão atual é a quimioterapia com combinação de 2 ou mais drogas, esquemas baseados em gemcitabina ou fluorpirimidinas. A duração da quimioterapia adjuvante é de 24 semanas e, mesmo pacientes idosos, costumam tolerar bem o tratamento. Estádio III Em algumas situações da doença em estádio III, a quimioterapia com um ou mais medicamentos pode ser usada antes da cirurgia, para diminuir o tamanho do tumor e facilitar o procedimento. Quando a cirurgia não for possível, a radioterapia é outra estratégia que pode ser utilizada neste cenário para facilitar ou permitir a ressecção total do tumor. ATENÇÃO:Comprometimento dos grandes vasos que irrigam o intestino nas proximidades do pâncreas (artéria e veia mesentérica) e o tratamento específico para esta fase da doença. Estádio IV Nesta fase, em que o câncer invade órgãos vizinhos ao pâncreas ou órgãos distantes, como peritônio, pulmões e fígado, o tratamento de escolha é a quimioterapia. O objetivo do tratamento é reduzir a população de células malignas, prolongar e melhorar a qualidade de vida. ATENÇÃO:Comprometimento dos órgãos distantes, como peritônio, pulmões, fígado e ossos, e o tratamento específico para esta fase da doença.


  • Quimioterapia

A gencitabina é um agente bem tolerado, que causa poucos efeitos colaterais de forma geral. Não costuma provocar queda de cabelo nem náuseas ou vômitos. O esquema incluindo 5-fluorouracil, irinotecano e oxaliplatina (esquema FOLFIRINOX), tem mostrado resultados melhores que a gencitabina, apesar de ser um esquema mais toxico vem sendo utilizado com bastante frequência devido eficacia. Mais recentemente, uma combinação contendo gencitabina e outra quimioterapia, chamada nab-paclitaxel, também foi melhor que a gencitabina isolada, representando uma opção alternativa para pacientes com doença avançada.

  • Alcoolização de nervos infiltrados pelo câncer

Para aliviar as dores lombares e na “boca” do estômago (região chamada de epigástrio), secundárias à invasão das estruturas nervosas de um dos plexos nervosos abdominais (plexo celíaco), podemos empregar analgésicos potentes ou alcoolizar o referido plexo para evitar a condução do estímulo nervoso responsável pela dor.

  • Cirurgia desobstrutiva

Quando o tumor já comprime os dutos que levam a bile para o duodeno e a icterícia se torna progressiva, existe a possibilidade de fazer uma cirurgia de ponte (bypass), na qual o cirurgião desvia o fluxo de bile para uma alça intestinal que não esteja obstruída. Por vezes, quando não há condições cirúrgicas, o cirurgião opta por colocar um stent por via endoscópica, uma pequena prótese introduzida na via biliar para ultrapassar a obstrução e permitir a drenagem da bile.Artigos Relacionados

 

Recaída

As principais características que permitem avaliar o risco de recidivas locais ou em órgãos distantes são as seguintes: grau de diferenciação da célula maligna, tamanho do tumor, invasão dos vasos sanguíneos, margens cirúrgica positivas, invasão dos linfonodos aos redor do pâncreas e tipo do carcinoma.

Na tabela abaixo estão resumidos os fatores que interferem com o risco de recidiva.

Características importantes para avaliar o risco de recidiva depois da cirurgia radical.

Fonte:Instituto vencer o câncer



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