Caminhar é Vital
- Revista Vitrine do Aposentado
- 11 de jun. de 2020
- 5 min de leitura
Atualizado: 12 de jun. de 2020
“A inatividade é prolífera causa de doenças. O exercício aviva e equilibra a
circulação do sangue, mas na ociosidade o sangue não circula livremente, e
não ocorrem as mudanças que nele se operam, e são tão necessárias à
vida e à saúde.

“A inatividade é prolífera causa de doenças. O exercício aviva e equilibra a
circulação do sangue, mas na ociosidade o sangue não circula livremente, e
não ocorrem as mudanças que nele se operam, e são tão necessárias à
vida e à saúde. Também a pele se torna inativa. As impurezas não são
eliminadas, como seriam se a circulação houvesse sido estimulada por
vigoroso exercício, a pele conservada em condições saudáveis, e os
pulmões alimentados com abundância de ar puro, renovado. Esse estado
do organismo lança um duplo fardo sobre o sistema excretor, dando em
resultado a doença.” C.B.V., p.238.
Todos desejam mudar sua vida para melhor, eliminar o peso em excesso,
regularizar a pressão arterial, acabar com as dores no corpo, dormir melhor,
despertar com disposição, enfim, alcançar qualidade de vida. Para isto,
vivem em consultórios médicos, tomam uma série de medicamentos,
aderem às dietas da moda, compram colchões cheios de tecnologia e
promessas de sono paradisíaco. Conseguem melhorar pouco e depois
pioram muito.
No entanto há um recurso que, sozinho, lhes daria tudo isso que almejam e
com custo mínimo: o exercício físico, mais especificamente a caminhada
diária. “Mas eu caminho!” dirão. Este é um auto-engano terrível, que está na
base de tantos infartos e AVC´s hoje em dia.
Alguns acham que por trabalhar o dia todo em pé ou se movimentando
estão fazendo exercício mais que suficiente. Precisam saber que há grande
diferença entre o que fazem, que é estressar-se, e a caminhada diária que é
relaxante e um tônico incomparável para a saúde do corpo.
Outros saem para caminhar aos finais de semana, ou até uma ou duas
vezes no meio dela e se acham quase “atletas”. Esta sensação ilusória
também pode custar muito caro. O efeito do exercício físico sobre o corpo
dura aproximadamente 24 horas. Daí a necessidade de tornar a caminhada
um hábito higiênico tanto quanto comer ou dormir. Há mais. Os que se
imaginam praticando exercícios três vezes por semana, ou o famoso dia-
sim-dia não, descobrirão sem muita demora que quase todos os dias
tornaram-se dia-não. É a vida, a correria, os compromissos, os imprevistos,
agindo sobre uma força de vontade debilitada pela falta de prática e de um
hábito forte e bem estabelecido.
JUSTIFICATIVAS PREJUDICIAIS
A maioria das pessoas não praticantes do indispensável exercício diário tem
uma desculpa na ponta da língua: não tenho tempo. Seja por trabalhar de
dia e estudar à noite, seja por morar em grandes centros e passar horas
nos meios de transporte, sentem-se aliviadas por ter uma justificativa plena
para o que acham que estão completamente impedidos de fazer. Para estes
há uma luz amarela piscando com intensidade: seus vasos sanguíneos que
estão sendo obstruídos, seus brônquios que estão perdendo a função vital,
seus poros que já se fecharam NÃO ENTENDEM quaisquer justificativas.
Eles apenas se submetem ao poder deletério do metabolismo deficiente.
Entrarão em falência no momento mais inesperado e não haverá
medicamento que os consiga reconstruir. É conhecido o fato de que mesmo
um fumante, que pratica exercícios diários, tem o dobro de chances de
sobreviver a um ataque cardíaco que um sedentário, mesmo abstêmio.
Uma vez definido como indispensável o exercício diário, qual é o melhor e
mais prático? Sem dúvida a caminhada, que só exige um tênis, uma
bermuda ou calção e uma camiseta. Falou-se muito de que a natação seria
o exercício mais completo. Provavelmente em termos de movimento
sincronizado de todos os grupos musculares. Mas a natação não permite
algo fundamental para o metabolismo do corpo e para a saúde: o suor. O
corpo precisa livrar-se das impurezas que se acumulam a cada hora.
Estudos tem demonstrado que mesmo um indivíduo que possua hábitos
saudáveis, com alimentação e exercício adequados, produz em seu
organismo a cada meia hora toxinas capazes de matar uma formiga ( o de
maus hábitos produz toxicidade para eliminar até um ratinho de laboratório).
Pois a pele, como dizem os nefrologistas, é o terceiro rim, e tem poder
excretor superior a eles pois abrange um espaço muito maior.
Além disso a força muscular sobre os ossos da coluna e membros
inferiores, característica dos exercícios de caminhada ou corrida, constitui o
estímulo fundamental para a manutenção e o aumento da massa óssea,
enquanto que exercícios na água, como a hidroginástica e a natação, ou
mesmo bicicleta, não proporcionam esse benefício na mesma intensidade.
INSÔNIA CRÔNICA
Quem não caminha não dorme. Indivíduos torturados pela insônia por anos,
para quem medicamentos não fazem mais efeito, ficam surpresos com a
qualidade do repouso obtido após apenas uma dúzia de dias de caminhada
matinal ao ar livre. A disposição ao despertar, que acreditavam não ser
mais possível recuperar, vem como um grato presente e, o que é melhor,
reforça a persistência na prática diária, gerando um poderoso hábito.
Finalmente, por contingência de espaço, está se tornando predominante em
nosso país a população de idade madura, a caminho da terceira idade.
Nada mais apropriado que formar já um hábito preventivo contra a
osteoporose. A caminhada ao ar livre dá condições a que a luz solar
promova a produção da vitamina D no organismo, fixando o cálcio que
fortalece a massa óssea.
PROVIDÊNCIAS PARA CAMINHAR COM SUCESSO
A avaliação médica é sempre importante antes de começar qualquer prática
física, principalmente nos casos em que há algum tipo de enfermidade
prévia, como diabetes, hipertensão ou obesidade. No entanto é preciso
entender que a caminhada é um exercício fisiológico: ela mesma é, em si,
um remédio para essas doenças. È só estabelecer uma progressão – iniciar
suave e aumentar conforme as possibilidades respiratórias e musculares
que vão sendo ampliadas. Proibir caminhada é em muitas das vezes um
equívoco: medicamentos não trarão os efeitos que ela proporciona. “Em
todos os casos possíveis, andar é o melhor remédio para os organismos
enfermos, pois nesse exercício todos os órgãos do corpo são postos em
uso.” C.S.S., p.200.
Hidratação é fundamental. Mais de dois terços do corpo se compõe de água
e durante a caminhada a perda é proporcional ao ritmo. Basta aferir seu
peso em uma balança antes e depois do exercício. Por isto, tome bastante
água antes, alguma água durante e muita água depois. Evidentemente
está-se falando de água de boa qualidade, pH 5,5 ou 6 ou acima (o pH do
corpo é 7 a 7,5). Quando alguém ingere água de pH abaixo disto está
acidificando o corpo. O ambiente ácido predispõe ao envelhecimento e ao
câncer, por exemplo. Curiosidade para quem gosta de refrigerantes e
bebidas similares: a maioria tem pH próximo de 2 (dois!).
Atenção para a respiração. Não se pode abusar da capacidade aeróbica
própria desejando acompanhar os mais experientes ou fisicamente
preparados. É necessário manter em todo o tempo uma zona de conforto.
Com o passar dos dias a capacidade respiratória aumentará. O
alongamento, antes e depois, previne lesões e câimbras. Dê um tempo ao
corpo (15 minutos) com passos tranquilos para o aquecimento. Depois o
ritmo poderá ser forte, em conformidade com o processo progressivo já
mencionado.
Caminhe todos os dias para viver mais. Seu coração agradecerá.
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